Fonte - Diário de Santa Maria - por Joanna Ferraz.
Um instrumento que deveria ajudar a tirar das ruas e estradas motoristas embriagados e comprovar que um condutor ingeriu bebida alcoólica é objeto raro nos batalhões da Brigada Militar (BM) no centro do Estado. Um levantamento feito pelo Diário mostra que, entre 35 das 36 cidades da região de cobertura do jornal, 23 não têm bafômetro. O Diário não conseguiu falar com a Brigada Militar de Mata.
O jeito encontrado pelos policiais é improvisar: recorrer a municípios vizinhos que tenham o aparelho, fazer um termo de constatação de embriaguez ou submeter o infrator a exame clínico em postos de saúde e hospitais. As opções não têm o mesmo valor do bafômetro como prova na Justiça.
São Pedro do Sul, com mais de 17 mil habitantes, é uma das cidades que sofrem com a carência. Quando necessitam, os policiais recorrem ao 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) ou ao Batalhão Rodoviário da BM, ambos em Santa Maria. O delegado Sandro Meinerz, que responde pela delegacia de São Pedro, diz que a falta prejudica o trabalho preventivo:
– A fiscalização é que inibe os motoristas que bebem e depois dirigem, e não apenas a lei. Com as barreiras, o medo de ser pego se impõe.
Para que se faça uma barreira ou uma operação, as cidades devem pedir com antecedência os equipamentos aos vizinhos privilegiados.
Comando – O tenente-coronel Jaime Machado Garcia, comandante do 1º RPMon, do qual fazem parte 19 das 35 cidades do levantamento, afirma que não existe um critério para que uma cidade tenha o bafômetro.
– Vai da necessidade de cada local. No nosso regimento, as maiores cidades têm e emprestam. O ideal era que todos os municípios tivessem, mas não é essa a realidade – afirma.
Conforme o comandante, um processo de compra de um aparelho demora cerca de 30 dias. Os comandos regionais fazem uma solicitação formal ao comando geral. Se aceito o pedido, começa a licitação. Para o comandante, mais importante que o bafômetro, é a conscientização das pessoas.
– Temos o instrumento que auxilia a detectar motoristas embriagados. Mas, se as pessoas tivessem consciência que após beber não se pode dirigir, não seria necessário – afirma.
Registros – Entre as madrugadas de sexta-feira e de ontem, pelo menos oito motoristas foram flagrados pela Brigada Militar dirigindo sob o efeito de álcool em Santa Maria.
Funcionamento
O bafômetro (também chamado de etilômetro) utiliza o ar exalado dos pulmões para determinar o grau de concentração de álcool no organismo. A pessoa sopra em um cano plástico descartável. O ar reage com elementos químicos, que determinam a quantia de bebida
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